Aos 32 anos, Marco Antônio hoje é um dos líderes do Náutico e, inclusive, o capitão da equipe. Mas em 2003 era um garoto que teve como um dos primeiros chefes Milton Cruz. Justo ele, novo treinador do Timbu. Quase 15 anos depois, os dois voltam a se encontrar. Marco, jogador consolidado, e Milton, em primeiro trabalho como técnico de uma equipe - ele passou 19 anos como auxiliar do Tricolor do Morumbi.
- Na verdade, sendo o primeiro trabalho dele à frente de uma equipe, o desafio é bom. A energia de um primeiro trabalho, o desafio novo, motiva todos nós. Ele sempre foi consultado e teve voz muito forte no São Paulo para contratações e para transições de treinadores. Ele tem uma bagagem muito grande vendo os treinadores que passaram por lá e montou o perfil dele. Estamos de braços abertos e ouvidos atentos para ele.
Marco Antônio avisou para Milton Cruz que o grupo do Náutico está disposto a recebê-lo muito bem e que todos querem trabalhar bastante. Além disso, falou da pressão que os atletas estão recebendo da torcida.
Milton tem um grupo bom na mão. Eu falei antes do jogo que não temos ninguém de corpo mole e nem de cara feia. Todo mundo está trabalhando muito para que as coisas aconteçam da melhor maneira possível. A torcida vem de frustrações do passado e a cobrança vai vir forte. Temos de ter o discernimento, nos retrair e saber que a cobrança é válida até dentro do grupo para ter uma melhora.
Sob os olhares de Milton Cruz, o Náutico voltou a vencer após quatro derrotas consecutivas. Para Marco, foi fruto do "voltar a fazer o simples".
- A gente vai para casa com quatro derrotas e ficamos nos perguntando o que está errado e o que podemos fazer para corrigir. E de repente, a gente sofre uma cobrança de que "não está correndo", "não está marcando", "não está fazendo gol". Conversamos muito sobre isso e, quando estamos nessa fase, temos de voltar às origens e fazer o simples.